As crianças dos anos cinquenta e sessenta, das classes pobre e média, quase todas, eram aprisionadas e humilhadas em sua infância. Naquela época, eram apenas crianças demasiadamente inocentes. Isso se dava praticamente até os doze ou treze anos, portanto, não tinham a menor noção do que acontecia no mundo e tampouco com elas mesmas.
Geralmente de manhã iam à escola (grupos escolares) com seus irmãos e à tarde brincavam com eles nos seus quintais ou mesmo nas ruas (ainda de terra). Porém, não sabiam que estavam impregnados de arquétipos, de dependências, conceitos, preconceitos e inseguranças. Mesmo assim, não consigo ver sentimentos, rancores nem mágoas do que viveram em suas infâncias, menos ainda dos educadores, pai, mãe, tio, tias, vizinhos e irmãos; ainda na inocência e na inconsciência eram crianças que passaram literalmente pela fase da infância, brincavam muito, humanamente falando. Pareciam muito felizes mesmo da maneira que foram criados e formatados.
Também percorridos os anos, sentimos ausência do crescimento, questão de primordial importância e a base de grande parte dos transtornos psíquicos. O “adulto infantilizado” é aquele indivíduo que não conseguiu efetivar, a contento, a transição adolescência e atingir, psicológica e psiquicamente falando, a fase adulta. Por motivos diversos, o ciclo de desenvolvimento e amadurecimento não se completou de forma satisfatória, ocasionando, assim, total desalinhamento de dimensões que o constituem.
Este último parágrafo, foi tirado do livro “Prisioneiros da Infância”, página 215.
Carlos.
STS NA-Birigui/SP – 03/08/16
Contos e Autoencontros
A não compreensão e entendimento do mundo interior levam-nos à busca de efetivar meios de auto-observação, para que fiquem visíveis atitudes e sentimentos que nos movimentam. Um dos meios para observarmos nossas movimentações é a descrição do nosso percurso como educador de essencialidades. O texto publicado anteriormente é uma autodescrição resultante de um projeto elaborado pelos Educadores de Essencialidades do Núcleo de Aprendizagem de Birigui do Sistema Tempo de Ser, dentro da atividade do grupo vespertino de Prática de Inteligência Mediúnica. O projeto tem como proposta a exposição ao meio social das repercussões dos estímulos de autoaprendizagem aos educadores de essencialidades nos ambientes do Sistema Tempo de Ser. Durante sua execução, tem sido considerado que o “autoencontro” pode ocorrer a partir da auto-observação e autodescrição dos “Contos” (história imaginada) que permeiam a existência humana.