Por: Edna Martin – Educadora de Essencialidades e Sexóloga em formação.
E hoje acordei refletindo
sobre uma plataforma,
imaginei tantas formas,
sonhei com aquelas lindas,
perfeitas, afeitas ao equilíbrio…
Ela seria leve, pura, graciosa,
cheirosa e divina!
flutuaria no espaço,
voaria pelos vastos campos,
encantaria aos olhos mais sensíveis.
Ah, pensei que estava acordada,
mas sonhava dentro do sonho,
não havia acordado,
estava a delirar na ilusão
de algo que não me pertencia…
Agora, acordada,
percebi que habito uma plataforma,
um corpo feminino…
não como aquele que sonhara,
mas que me possibilita movimentar
e, de uma fresta, vejo
que ele tem suas características e funções
e eu nem referência tinha!
E eu grito pelos quatro cantos
meu corpo, minhas regras;
mas, quais são suas regras?
quais são suas funções?
e, além do físico, o que o move?
quais são seus sentimentos e comportamentos?
Por que e para que estou nele?
Ah, mas nunca estive presente,
sempre ausente, a olhar para fora,
e agora, em relances de presença,
no aprendizado de estar no agora
eu vejo que fui tão distante!
que gritei pelo respeito,
pelo carinho,
mas eu mesma nunca te dei
porque esperava que o mundo o fizesse.
Estou aprendendo agora e posso te dizer:
prazer Edna, estou te vendo
e, na medida que conseguir te descobrir,
prometo que te amarei, te acolherei,
estarei atenta às violações que te infrinjo
e às fugas de não querer te ver!