Por que a morte mete medo?
Será que temos consciência da morte?
Será que é medo de perder a consciência?
Onde está a consciência no homem?
Será que a Inteligência é consciente em si, ou enquanto no corpo?
Analisando estas questões, talvez eu possa aproximar-me da resposta à pergunta que me intriga: Que é a morte?
Todos sabemos que vamos morrer.
Aliás, é do domínio geral que tudo que nasce morre.
Logo, o medo parece ligado à perda do corpo, da consciência humana.
Se a vida é um processo em desenvolvimento, a morte parece ser a interrupção desse processo.
Será que esse processo, uma vez interrompido, estará definitivamente encerrado?
Baseado nas formas de vida anteriores, considerando inicialmente o vegetal, ao morrer a árvore, fica a semente que garante a sequência do processo.
Os animais estendem-se em sua prole.
Com o homem não é diferente; ele continua através de sua descendência. Logo, a morte sugere (a meu ver) uma interrupção passageira desse processo em busca da consciência definitiva da Inteligência.
Nesse caso, o processo acompanha a evolução – que tem a dimensão da eternidade (se é que esta seja suscetível de dimensionamento), isto é, a psique terá sempre a vida à sua disposição, conforme sua necessidade evolutivo-progressiva, e a reencarnação provê-a de quantas plataformas forem necessárias para alcançar seu objetivo, ou seja, a autoconsciência.
Até lá, haverá – sabe-se lá – quantas mortes! (interrupções do processo) e, então, com o desenvolvimento do autoconhecimento, chegaremos a uma noção mais clara do que seja eternidade (imortalidade).
Este raciocínio parece levar-me à conclusão de que o medo da morte fundamenta-se na inconsciência humana e, como essa inconsciência vige ainda para a humanidade (nível da consciência psíquica), já me convenço de que, mesmo estando no corpo, não vivemos, e nossa luta incessante é pela sobrevivência (física e emocional) que continua a garantir nossa razão humana de existir – a “autoimagem”.
Muitos sonhos que geraram hipóteses, teorias, teses e obras morreram, mas deram origem a outros sonhos que geraram até civilizações, que também morreram.
Então, a morte faz parte do próprio processo, e sem ela é impossível chegar-se ao objetivo desejado – o verdadeiro sentido da imortalidade.
A reencarnação reinicia o trabalho de movimentação da vida até que a Inteligência, através da ferramenta mediúnica, chegue à autoconsciência e, portanto, tenha consciência da importância do existir – nascimento, crescimento (com experiência) e morte.
Vejo que vida e morte trabalham juntas; enquanto a vida movimenta a busca da Inteligência por si mesma, a morte interrompe, temporariamente, o processo, muitas vezes ilusório, possibilitando à psique humana refletir e retomar a empreitada evolutivo-progressiva emancipatória da sofrida ignorância.
A reencarnação garante novas e sucessivas plataformas de operação da Inteligência.
Por Adalberto Quirino Silva – Educador de Essencialidades do Sistema Tempo de Ser
Parabéns Betinho, muitas perguntas e poucas respostas poderemos dar.