O que pensamos para amanhã ocorrerá sempre “hoje”!
E por mais contraditório que possa parecer, o amanhã seria o futuro que só podemos contactar quando já ocorrido, ou seja, no passado, e, para nossa surpresa, o “hoje” não é a presença de agora, é o rastro deixado em forma de lembranças arremessadas no passado, dando mostras de que o “hoje” ocorreu e que somos incapacitados ainda de vê-lo ou senti-lo em “tempo real”!
O cérebro, a grandiosa máquina do tempo, colheu os rastros do “hoje” para que possamos, “amanhã ou agora”, lamentar não tê-lo visto.
Queremos ver?
Como seres humanos, nós nos ocupamos ou nos distraímos em meio aos detalhes exigidos no decorrer do percurso vivido, assim, não percebemos que a vida não é detalhista, ela é objetiva e, como tal, flui em manifestações, atos, fatos e circunstâncias que, a partir do ocorrido, se tornam irreversíveis, imutáveis, onipresentes.
A ocupação com detalhes produz em nós variantes de oscilações mediante a intensidade da ausência do ser em si, que tenta controlar a vida atendo-se aos detalhes, produzindo as grandes lacunas no potencial inteligente de compreender a vida e suas circunstâncias existenciais.
A ausência do ser em si mora no controle dos detalhes, por isso a vida sempre nos surpreende em sua irreversibilidade!
Queremos controlar ou saber?
Para saber é necessário admitir que é Tempo de Ser e aventurar-se nos Novos Horizontes da Sensibilidade, para tal feito teremos que transpor portais antes não visitados nem mesmo em sonhos, abrir portas de esconderijos internos protegidos pela autoimagem, conhecer dimensões físicas, psicológicas e psíquicas antes não consideradas e constituir dimensões que nos possibilitem ir além de nossa visão cerebral humana, rastros do hoje, do controle de detalhes da vida em torno e dentro de nós, e aventurarmo-nos a diminuir a lacuna do “ser em si” e, com garra e coragem, constituir a “Educação de Essencialidades” em cada um de nós!
E reconhecemos que este é um grandioso desafio diante da ignorância que temos sobre nós mesmos, porém, somos sensíveis e inteligentes, e estas são as ferramentas de que necessitamos para conhecer e amar a nós mesmos.
Aqui coloco o trecho de uma música que povoou minha mente infantil, púbere, adolescente, adulta e psiquicamente sensível!
Manhã despontando lá fora
Manhã já é sol já é hora
E os campos se abriram em flor
É preciso coragem que a vida é viagem destino do amor
Abre o peito coragem irmão
Faz do amor sua imagem irmão
Quem a vida se entrega à sorte não nega seu braço seu chão
O rumo à raça, a roda o rodeio, o rio a relva, o risco a razão
A quem a vida se entrega à sorte não nega seu braço seu chão.
Música: Irmãos Coragem.
Compositor: Jair Rodrigues.
Que o Blog seja um portal, travessia para o si mesmo, nos estimulando a exercer o direito de saber e de conhecer, constituindo novas dimensões!
Marlete Wildemberg.