A crise, em geral, é conveniente para os convenientes, mas, também, excelente oportunidade criativa para a inteligência e a sensibilidade.
O objetivo deste texto não é o de pontuar os efeitos que compõem a conhecida crise econômica instalada atualmente, como retorno da inflação, aumento do dólar, restrição ao crédito e por aí vai, mas sim o de conduzir a algumas reflexões que, talvez, possam levar o leitor a detectar e até a entender o que seja a crise, de forma geral.
Crise, pelo âmbito da economia, um dos significados, segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, grave desequilíbrio conjuntural entre a produção e o consumo, acarretando aviltamento dos preços e/ou moeda, onda de falências, desemprego; fase de transição entre um surto de prosperidade e outro de depressão, ou vice-versa. Do ponto de vista da medicina, pode significar estado súbito de desequilíbrio ou desajuste nervoso, emocional; eventual manifestação repentina de um sentimento, agradável ou desagradável; ou, ainda, episódio desgastante, complicado; situação de tensão, disputa, conflito; estado de incerteza, vacilação ou declínio; situação de falta, escassez, carência.
Você sabe como resolver a crise econômica brasileira? A pergunta é intrigante, mas sua resposta poderá estar baseada ou ecoar da pequena frase clássica “Conhece-te a ti mesmo!”, a qual ainda não é realidade para muitos.
No entanto, é inegável que a crise econômica brasileira seja uma realidade em nossos dias. E o que uma crise, no caso, a econômica brasileira, quer significar ou dizer para todos? Que há muito consumo e, em contrapartida, pouca criatividade, ou seja, consumiu-se sem que houvesse recursos capazes para abastecer ou produzir o fluxo compatível desse consumir. Consequentemente, chegar-se-á a um determinado momento em que esse fluxo será estancado por aquilo que se convencionou denominar de crise.
Contudo, uma crise, seja ela qual for, não se resolverá no recuo ou na ausência de enfrentamento de suas causas, mas, ao contrário, na soma ou no fortalecimento de forças através do trabalho em parceria, em equipe, notadamente quando os objetivos são comuns. Assim, a crise aparece muito mais por um processo egoico ou de individualismo, do que propriamente por um trabalho em equipe ou parceria.
Por outra, não haverá justificativa alguma para o não autoenfrentamento da causa de qualquer crise instalada. Por exemplo, dizer que não cumprirá com este ou aquele compromisso, seja ele financeiro, de participatividade em determinado movimento, de desenvolvimento de atribuições, entre outros, porque está em crise econômica ou financeira é, no mínimo, uma alegação conveniente para os convenientes. A crise somente é conveniente para os convenientes. Além do mais a crise também é uma oportunidade criativa para a inteligência e a sensibilidade.
E como isso ocorre? Imagine que você e muitos outros de sua cidade possuam um objetivo comum a ser empreendido em outra localidade distante. Em face da crise econômica existente haveria dificuldade, aparentemente, na locomoção até aquela localidade, mas isso é possível de ser transmutado se realizado no conjunto ou na parceria entre os interessados. Se há crise, deve haver soma. Agir de forma egoica ou individualista significará ausência de sensibilidade, sobretudo se em frente a um objetivo comum.
A crise econômica do Brasil está instalada, isso é uma realidade. Mas como ela foi construída, constituída? Muito mais importante do que analisar os efeitos da crise instalada é investigar e observar como, qual o percurso desenvolvido, até que tais efeitos se consolidassem, visto que estes não têm correlação com a crise propriamente dita, mas sim com a sua construção. Como cada um de nós está gerenciando nossos recursos? Como estamos gerenciando os recursos em nossos empreendimentos?
Por outra, você poderá dizer ou pensar: Isso é uma crítica? Não. Não é uma crítica, mas sim um convite à auto-observação que pode levar a observarmos e ponderarmos como estamos gerenciando os recursos que temos em mãos, bem como de que forma poderemos multiplicá-los.
E a soma de interesses demonstrará, por parte de diversas unidades somadas, um único interesse ou objetivo. E quando esse objetivo é único, por que temos que movê-lo isoladamente? Por que não unirmos forças para obtenção do resultado?
Afinal, embora o autoconhecimento ou a autoaprendizagem somente funcione na individualidade, certo é que ela se dá no coletivo, na parceria, na equipe, pois a força só se dá na soma de interesses. Assim, seria bom começar a entender, em si, que a psique se move por força dentro da sua inconsciência ou na sua consciência. E não pela força somente de uma individualidade, mas pela força que se dá em equipe ou no coletivo quando há soma de interesses.
Por fim, observemos como a vida se move para agirmos a seu favor e não contra ela. Porque, contrariamente, ela se moveu até hoje. Boas reflexões!
Equipe de Comunicação do Sistema Tempo de Ser