“A formação do ser humano se dá no período infantil. A pessoa humana não nasce pronta, ela é o resultado de sua inconsciência e de sua relação sensível com o inconsciente coletivo na relação materna ou com os educadores.
A criança que ele fora um dia está viva nele, como força a ditar os traços de seu caráter e de sua relação como ser social.
A infância é um período obscuro na intimidade do indivíduo humano. Ele vive a repetir os fragmentos de memória que lhe foram transmitidos.
Em determinados momentos, diz que teve uma infância feliz, embora “tenha poucas lembranças”, ou que sofreu muito quando infante, sem perceber que hoje cresceu, ou seja, a criança está viva a ditar o percurso vivido. Basta observar-se.
A infância necessita que nela se projete a claridade sensível do saber sobre si, e o autoconhecimento mostra esta necessidade, pois o homem nasce, desenvolve sua infância e, quando esse período dá lugar ao adolescer, a criança, como corpo frágil, pequeno, não existe mais, porém sua força está viva, aprisionando o ser humano a sua infância na reedição dos traumas daquele período.
No desenvolvimento do autoconhecimento lentamente a infância vivida é visitada pela sensibilidade. As lembranças, queixas e dores se mostram na observação de quadros que se repetiram sem que se pudesse antes observar.
As reedições traumáticas se mostram como uma realidade que o indivíduo pode observar.
A criança – que se pensava ter sido – continua viva, internamente, a ditar suas ações, reações, pensamentos e sentires, ou seja, surge a inevitável admissão: sou prisioneiro da infância, quero entender por quê.
Certamente estas argumentações justificam a necessidade de autoconhecimento e toda a estrutura que o Sistema Tempo de Ser organiza nos ambientes de sua Comunidade.
“Conhece-te a ti mesmo!”
Fonte: https://tempodeser.org.br/londrina/cursos/ia/conteudo/2014-03-19/inicio?s[]=inoc%C3%AAncia
Educadora: Lilian Flores
Núcleo de Birigui-SP